quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Acusada por adoção ilegal diz que apenas procura ajudar as famílias


A empresária foi ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara de Deputados
Acusada de ser a intermediária na adoção ilegal de crianças em cidades no interior da Bahia, a empresária Carmem Topschall depôs nessa quinta-feira (21/2), na Bahia, sobre esta acusação e a de fazer parte de quadrilha ao ser ouvida pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas da Câmara de Deputados.
Ela foi ouvida durante uma audiência pública, na Procuradoria Geral de Justiça, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Segundo Carmem, depois de lutar vários anos na fila de adoção e conseguir adotar seus três filhos e engravidar uma vez, resolveu retribuir e ajudar mães em busca de adoção.
“Eu recusava, dizendo que já havia adotado meus três filhos, mas aí surgiu uma amiga minha em São Paulo que conhecia uma dona de escola que queria adotar filhos e não conseguia”, relatou. Durante a procura de crianças em
cidades do interior, ela deixava contatos por onde passava. Assim que conseguiu adotar seus três filhos, várias mães entravam em contato querendo entregar suas crianças por conta das dificuldades, segundo relatou. 
“Teve uma mãe alcoólatra que queria me entregar o filho e eu não aceitei. Ela entregou para a primeira pessoa que viu e uma semana depois a criança morreu. Foi a partir daí que comecei ajudar as famílias, mas sem receber nada em troca. Filho é algo que queremos muito e merece nosso amor e respeito, e não uma mercadoria”, enfatizou a mulher.
Carmem Topschall chegou à CPI acompanhada dos advogados e disse que iria contribuir com qualquer informação que lhe fosse pedida. Numa audiência anterior proferida pela CPI, ela permaneceu calada e ressaltou que só falaria com os parlamentares depois que prestasse depoimento ao Ministério Público.
Suspeita foi denunciada em rede de TV
A empresária apareceu nas acusações depois que o Fantástico denunciou um esquema de adoções ilegais. A reportagem contou a história de Silvânia e Gerôncio da Silva, que moram em Monte Santo, no interior da Bahia e tiveram seus cinco filhos levados de forma ilegal, para adoção em São Paulo.
O presidente da Comissão, deputado Arnaldo Jordy, reuniu com promotores de Justiça, secretários de Segurança Pública, Direitos Humanos, e Política para Mulheres, para tentar buscar meios de acabar com quadrilhas envolvidas no tráfico humano. Sobre as acusações, Carmem disse que desde quando foi envolvida nas acusações sua vida se tornou um tormento. Ela ressaltou que teve que mudar de Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador, devido à repressão dos moradores. Sobre os filhos do casal Silvânia e Gerôncio, Carmem ressaltou que Silvânia prometeu entregar o filho que estava esperando e que ela não roubou as crianças e, sim, recebeu do casal.
A CPI também ouviu o casal acusado de induzir jovens baianas para trabalhar na Espanha como garotas de programa. Denílson Costa Pereira Reis e Elizânia dos Santos Evangelista Reis foram presos pela Operação Planeta da Polícia Federal, no dia 30 de janeiro.
A comissão enfatizou a importância de expandir as investigações e desbaratar essas quadrilhas infiltradas na Bahia. A deputada Estadual Luiza Maia (PT) recolheu assinaturas de outros deputados para que a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa instale uma CPI na Bahia. “Temos que intensificar as investigações no nosso Estado. Não é possível que quadrilhas continuem aliciando garotas”, disse.


http://www.tribunadabahia.com.br/2013/02/22/acusa-por-adocao-ilegal-de-criancas-diz-que-apenas-procura-ajudar-as-familias

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