segunda-feira, 17 de junho de 2013

Conversa antes do casamento pode evitar divórcio

Quando Joe, 64, profissional de computação em Massachusetts, se casou pela primeira vez, tinha 31 anos e estava muito apaixonado. "Ela se sentiu atraída por mim porque eu era estruturado; eu me senti atraído por ela porque ela era muito divertida", diz.
Namoro exige planejamento financeiro
Joe havia percebido alguns sinais de alerta financeiros quando os dois estavam namorando: ela nunca pagava o saldo devedor total de seus cartões de crédito e gostava de comprar presentes caros.
Mas ele conta que isso não o preocupou. "Eu não pensava no assunto, porque não era da minha conta", diz.
Depois do casamento, porém, os hábitos de consumo da mulher passaram a ser problema de Joe. "Ela secava qualquer conta bancária rapidamente", ele
recorda.
As diferenças financeiras entre ele e a mulher se tornaram causa de brigas sérias. "Eu não suportava viver falido, com dificuldades para pagar as contas, e ela não gostava que eu a restringisse e dissesse que não poderíamos comprar tal coisa."
Joe e a mulher se divorciaram depois de três anos, em larga medida por conta de suas diferenças financeiras.
TABU
Pesquisas mostram que dinheiro é o principal motivo para as brigas e para as separações de casais. Apesar disso, muitos não conversam sobre dinheiro antes de casar, diz Terri Orbuch, do Instituto de Pesquisa Social, Universidade de Michigan.
Orbuch acompanha 373 casais juntos há mais de 26 anos. "Na nossa sociedade, o dinheiro é um assunto tabu."
Como resultado, diz Orbuch, tendemos a evitar a questão até que surja um problema e, ainda que o casamento seja uma das decisões mais importantes que muitas pessoas tomarão, a maioria entra no jogo cegamente.
Lair Torrent, terapeuta familiar e conjugal de Nova York, diz que seus clientes solteiros muitas vezes parecem envergonhados quando mencionam preocupações financeiras sobre os parceiros.
E a despeito do papel imenso que o dinheiro desempenha em um casamento, Torrent diz que raramente vê pessoas que hesitam em casar devido a preocupações financeiras. "Muita gente diz que desacertos de dinheiro podem ser o fim de um romance, mas na prática não é o que vejo", diz.
Parte do motivo para essa disparidade pode derivar do fato de que estamos programados para ignorar preocupações práticas quando apaixonados, diz Arthur Aron, psicólogo social na Universidade de Stony Brook, que pesquisa relacionamentos românticos há mais de 40 anos.
Aron estudou imagens de ressonância magnética de cérebros de pessoas enquanto olhavam uma foto do amado.
"O centro de recompensa por dopamina fica ativo. É a mesma parte do cérebro que é ativa ao usar cocaína. Como a cocaína, o amor romântico causa imensa concentração de atenção. Você o quer mais que qualquer coisa, e deixa tudo mais de lado", afirma.
O amor romântico, em geral, se desgasta em de um a quatro anos, diz Aron. Já os traumas financeiros tendem a persistir.
Dos casais acompanhados por Orbuch, quase 50% estão separados. A maioria dos que se divorciaram e agora vivem outros relacionamentos felizes mantém separação financeira de seus novos parceiros.
"Nos seus casamentos, o dinheiro era uma questão tão complicada que acreditam que, caso mantenham separação financeira em um novo relacionamento, haverá menos conflito", diz Orbuch.













http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/06/1288709-conversa-antes-do-casamento-pode-evitar-divorcio.shtml

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